PAME-RJ

HISTÓRICO

Localizado  no  tradicional  bairro  do  Caju  (zona  portuária e industrial da cidade do Rio de Janeiro) – que abriga a Casa de Banho de Dom João VI e o Arsenal de Guerra do Rio (AGR), organização do Exército Brasileiro – o Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) é o órgão central de apoio logístico de suprimento e manutenção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e de impressão de publicações aeronáuticas. Para  conhecer  e  entender  o  que  é  o  PAME-RJ,  primeiramente é necessário saber de sua história.

A localidade onde está  o  Parque,  foi  primeiramente  habitada  pelo  rico  comerciante luso Joze de Gouveia Freire. Essas terras que na época eram denominadas “Ponta do Caju”, foram doadas em 1815 à Família Real para os banhos medicinais de D. João VI, que havia sido ferido por um carrapato.
A doação das terras foi feita pelo comerciante conforme trecho extraído da escritura:”Escritura  de  doação  de  terras  no  lugar  denominado a Ponta  do  Caju  que  fazem  Luis  Joze  de  Gouveia  Freire  e  sua mulher a Augusta Pesoa de S.A.R. o Princepe Regente Nosso Senhor  –  Saibão  quantos  este  Pco.  Instrumento  de  escritura de  doação  ou  como  em  direito  milhor  nome  e  lugar  tenha virem  que  no  anno  do  Nassimento  de  Nosso  Senhor  Jezus  Christo  de  mil  oitocentos  e  quinze  aos  quatorze  de  Junho nesta  cidade  do  Rio  de  Janeiro  em  cazas  de  Rezidencia  do Conselheiro  Intendente  Geral  da  Policia  Paulo  Fernandes Vianna  onde  eu  Tabelião  fui  vindo  e  sendo  ahi  prezentes  o do.  Conselheiro  e  juntamente  Luis  Joze  de  Gouveia  Freire  e  sua mulher D. Anna Josefa Elias dos Santos, pesoas reconhecidas por mim Tabelião pelos proprios do que dou fe,”.
A Quinta onde o Rei tomava banho encontra-se preservada e é chamada hoje de Casa de Banhos de D. João VI onde abriga  atualmente  o  Museu  da  COMLURB,  constituindo-se em  um  dos  singulares  espaços  históricos  da  cidade  do  Rio de Janeiro. A região tornou-se a primeira região de banho de mar da cidade, sendo frequentado por toda a família real até D. Pedro II.Segundo o cronista C. J. Dunlop, do Rio Antigo: “era uma região  belíssima,  de  praias  com areias  branquinhas  e  água cristalina, onde não era rara a visão do fundo da Baía, tendo como  habitantes  comuns  os  camarões,  cavalos-marinhos, sardinhas, e até mesmo baleias”.
Em  1946  por  ocasião  da  Segunda  Guerra  Mundial,  o terreno  situado  na  então  Quinta  do  Caju,  doado  à  Coroa no século XIX, foi cedido ao Ministério da Aeronáutica. Na época, a Diretoria de Rotas Aéreas (DR), atual Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), decidiu instituir o  “Projeto  Caju”,  que  culminaria  na  concepção,  criação  e efetivação  de  uma  unidade  destinada  ao  apoio  à  infraestrutura de proteção ao voo, em franca expansão, sobretudo após o boom no crescimento do tráfego aéreo no pós-guerra. No ano de 1957, foi instituído o Comando da Área Militar do Caju com a designação do então Major Aviador Engenheiro Paulo Victor da Silva para o exercício das funções de comandante e em 1959, surgia então a Oficina Central Especializada da Diretoria de Rotas Aéreas (OCEDRA).Por cerca de uma década, essa organização incorporou e ampliou suas atividades. Ativou e aprimorou as oficinas técnicas  e  implantou,  dentre  outras instalações,  um  eficiente Laboratório de Aferição de Instrumentos – embrião da atual Subdivisão de Metrologia.
O  crescente  desenvolvimento  da  organização,  porém, levou  à  aprovação,  por  parte  do  Governo,  de  um  decreto que lhe concedia autonomia administrativa em 1963. Com um comando próprio, descentralizada da Diretoria de Rotas, o órgão passa a se chamar Núcleo de Parque de Eletrônica  (NUPEL),  uma  vez  que  as  instalações  já  haviam  sido concluídas,  atendendo  aos  objetivos  preconizados  pelo Projeto Caju.
Esta condição de autonomia, no entanto, só perdurou até 1972. Na ocasião, foram instituídos os parques de eletrônica –  subordinados  diretamente  à  Diretoria  Eletrônica  de  Proteção  ao  Voo  (DEPV),  órgão  central  do  SISCEAB,  que  à  época, substituiria  a  DR.  Agora,  como  Parque  de  Eletrônica  do  Rio de Janeiro (PERJ), o órgão passava também a imprimir cartas aeronáuticas e outros documentos necessários à navegação
aérea e ao sistema de telecomunicações da FAB.
Em 26 de julho de 1974, através do decreto no. 74325, foi aprovado o regulamento dos Parques de Material de Eletrônica da Aeronáutica, passando estes a ter um caráter de órgão industrial do Ministério da Aeronáutica.
Já em 1982, rebatizado como Parque de Material de Eletrônica do Rio de Janeiro, o PAME-RJ, passa a ser uma unidade industrial para o apoio logístico às atividades de Proteção ao Voo e de Telecomunicações do Ministério da Aeronáutica, redefinindo com isso novos conceitos e atribuições do órgão.
Foi  através  da  portaria  no.  565/GM3  de  19  de  junho  de 1987,  que  foi  aprovado  o  novo  regulamento  do  PAME,  que mantém as suas obrigações quanto ao apoio de suprimento, manutenção,  aferição  e  impressão  de  cartas  do  Sistema  de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA), bem como continua responsável pelo treinamento, atualização e aperfeiçoamento  de  pessoas  que  executa  as  atividades  logísticas a cargo do SISDACTA, mas o PAME perde seu caráter industrial.
Finalmente, a portaria 26 GM3 de 13 de janeiro de 1997 ratifica  as  atribuições  anteriores  do  PAME  e  associa  o  apoio ao Sistema de Proteção ao Voo ao controle da DEPV através dos  Planos  e  Programas  elaborados  por  aquela  Diretoria.  O Parque volta a ser uma Organização de caráter industrial.
Hoje o PAME-RJ conta com engenheiros e pessoal técnico de alto nível de especialização, prestando atendimento às demandas,  sempre  crescentes  e  desafiadoras,  da  imprensa técnica  e  da  manutenção  do  acervo  de  equipamentos  que sustentam o SISCEAB.

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